Oeste Bravio
2012/09/01
After the Republican Convention...
War is great because it just
goes on and on, they’re never gonna learn! And I blame the soldiers, a lot of
people blame the politicians. I blame the soldiers who just keep showing up.
These assholes since the Turks, the Greeks, everybody. Testosterone: not smart!
No wonder they say, ‘You want an education? Come [to the military].’ They NEED
an education… …I just think, if [soldiers] never showed up [for war], what
would the statesmen and politicians do? They’d have to just have fist-fights!
…I’m suggesting there’s an alternative, although it’s probably not doable, it’s
a macro idea… The idea is: Fuck these people. Don’t go. Nobody goes! If nobody
goes, they’re gonna kill them all? They’re gonna have trials for everyone? I’m
just living in a different kind of world, I don’t subscribe. I don’t buy into
all the premises that go into this system. I have pulled myself away about ten
years ago, I finally decided: Fuck these people, these humans, let them do
their thing, I’ll watch. I have no stake in the outcome anymore. I don’t care
what happens to you. I don’t care what happens to your country, I don’t care
what happens to your species. You can all get fucked. Because it’s fun to watch
you destroy each other. It’s entertaining.
George Carlin, 1997
2012/08/30
Estava aqui a pensar que a América deve ser o único país do mundo em que as pessoas gostam de polícias e onde as crianças querem ser polícias quando forem grandes.
2012/08/29
Hoje vi um filme (excelente) com o Johnny Depp - The Rum Diary - em que o Hunter S. Thompson citava o Oscar Wilde a propósito duns javardos quaisquer, e eu lembrei-me da Merkel e do Barroso: eles sabem os preços de tudo, mas não sabem o valor de nada.
Republican National Convention
A Europa evoluíu da barbárie para o estado moderno durante 10 ou 12 mil anos. A custo, com guerras horríveis pelo meio e episódios de violência inacreditáveis. Há 70 anos os europeus andavam a meter os vizinhos no forno, aleatoriamente. Mas os americanos perderam o barco do estado moderno e a cultura nacional foi-se construindo com as convicções dos trogloditas que invadiram o Oeste: isolados, sózinhos, com uma arma e uma cabana de paus, a tentarem arrancar a comida dum solo que era extremamente fértil, mas que desapareceu, erodido, há muitos anos.
Esta gente orgulha-se de ser capaz de sobreviver sem a juda de ninguém. Não querem dar nada a ninguém e por isso não querem pedir nada a ninguém. Em suma, não percebem o que é o estado de direito e não acreditam que ele seja desejável, em circunstância nenhuma.
2012/08/25
Não tenho televisão e tento não ouvir telefonia porque os americanos andam sempre excitados com alguma coisa e são muito cansativos. Sempre cheios de opiniões definitivas e de insultos para quem não concorda com eles, sempre aos berros, aqui os aborígenes não descansam, não tiram férias, comem em pé (porcarias que não sabem a nada), ou a correr, ou enquando guiam. E quando vão à igreja é para fazer aeróbica com Jesus. As igrejas têm bandas rock (más, claro) e eles banboleiam-se durante horas, com os braços no ar e os olhos fechados, e depois vêm cá para fora e querem matar os mexicanos e os homossexuais.
Eu prefiro música barroca a esta berraria contínua e infernal, às 24 horas de "notícias" e às opiniões, sempre mal informadas, dos talk show hosts, e portanto acabo por só ler os jornais na internet, de manhã cedo, ou à noite.
E justamente li agora que hoje, em Nova Iorque, um homem que tinha sido despedido não sei quando, de um emprego qualquer, deu um tiro num ex-colega e a polícia veio a correr, matou-o e baleou nove pessoas que iam a passar. Há quinze dias, também em Nova Iorque, os polícias mataram um homem que os ameaçou com uma faca de cozinha e fugiu. Aqui em College Station também tivemos o nosso tiroteio na semana passada. Morreram três pessoas. Os americanos matam-se uns aos outros como se houvesse outra vida depois da morte.
Eu prefiro música barroca a esta berraria contínua e infernal, às 24 horas de "notícias" e às opiniões, sempre mal informadas, dos talk show hosts, e portanto acabo por só ler os jornais na internet, de manhã cedo, ou à noite.
E justamente li agora que hoje, em Nova Iorque, um homem que tinha sido despedido não sei quando, de um emprego qualquer, deu um tiro num ex-colega e a polícia veio a correr, matou-o e baleou nove pessoas que iam a passar. Há quinze dias, também em Nova Iorque, os polícias mataram um homem que os ameaçou com uma faca de cozinha e fugiu. Aqui em College Station também tivemos o nosso tiroteio na semana passada. Morreram três pessoas. Os americanos matam-se uns aos outros como se houvesse outra vida depois da morte.
2012/08/24
Voltar para aqui nunca é muito excitante, em primeiro lugar porque o Texas é em geral muito feio. Os espanhóis não quiseram isto e os mexicanos também não. Acabaram por vir para aqui uns selvagens do norte da Europa, que se pegaram imediatamente com os mexicanos por causa da escravatura (no México o tráfico de escravos acabou por volta de 1740 e a escravatura foi formalmente abolida em 1829).
Mas chegar aqui depois de passar dois meses na Europa é sempre deprimente. Uns carros feíssimos, enormes, as pessoas tão gordas que precisam de carros eléctricos para fazer as compras no supermercado, sempre armados até aos dentes, sempre em guerra com o resto do mundo (tirando Singapura e Israel). Ninguém sabe nada, ninguém percebe nada, ninguém se interessa por nada... A não ser Jesus (que aqui tem os olhos azuis, fala inglês e odeia os mexicanos e os africanos). E os impostos, que ninguém quer pagar. Os americanos acham que as coisas aparecem feitas: escolas, aeroportos, estradas, porta-aviões...
E depois esta visão miserável da vida, de sobreviventes, que não se importam se os vizinhos morrerem de fome (mais fica). A maioria dos americanos ainda não percebeu que a segurança social foi uma invenção que melhorou a vida de todos (incluindo os ricos) sempre que foi adoptada. E também não perceberam que o que fez a América um país extraordinário foi ter uma classe média enorme, com poder de compra. Elegeram o Nixon e depois foram aplaudindo os cleptocratas que transformaram a América neste sovaco mal-cheiroso, sem alma nem rumo. E depois dizem que a culpa é do Obama.
Adorava sair daqui. Penso sempre que o mundo demorou mais de oito mil anos desde a construção de Çatalhöyük até ao aparecimento do estado social, e que estes selvagens chegaram aqui no século XVII. A maioria deles na Europa vivia em casas de terra e em palhotas, e como a cultura não mudou ( aesmagadora maioria dos americanos vivem em aldeias isoladas) é natural que eles achem isto um sítio fantástico e o Romney um herói...
Mas chegar aqui depois de passar dois meses na Europa é sempre deprimente. Uns carros feíssimos, enormes, as pessoas tão gordas que precisam de carros eléctricos para fazer as compras no supermercado, sempre armados até aos dentes, sempre em guerra com o resto do mundo (tirando Singapura e Israel). Ninguém sabe nada, ninguém percebe nada, ninguém se interessa por nada... A não ser Jesus (que aqui tem os olhos azuis, fala inglês e odeia os mexicanos e os africanos). E os impostos, que ninguém quer pagar. Os americanos acham que as coisas aparecem feitas: escolas, aeroportos, estradas, porta-aviões...
E depois esta visão miserável da vida, de sobreviventes, que não se importam se os vizinhos morrerem de fome (mais fica). A maioria dos americanos ainda não percebeu que a segurança social foi uma invenção que melhorou a vida de todos (incluindo os ricos) sempre que foi adoptada. E também não perceberam que o que fez a América um país extraordinário foi ter uma classe média enorme, com poder de compra. Elegeram o Nixon e depois foram aplaudindo os cleptocratas que transformaram a América neste sovaco mal-cheiroso, sem alma nem rumo. E depois dizem que a culpa é do Obama.
Adorava sair daqui. Penso sempre que o mundo demorou mais de oito mil anos desde a construção de Çatalhöyük até ao aparecimento do estado social, e que estes selvagens chegaram aqui no século XVII. A maioria deles na Europa vivia em casas de terra e em palhotas, e como a cultura não mudou ( aesmagadora maioria dos americanos vivem em aldeias isoladas) é natural que eles achem isto um sítio fantástico e o Romney um herói...
2012/03/21
2011/11/17